segunda-feira, 6 de junho de 2016

Proibição do ensino da lingua japonesa

 

O decreto-lei do 1750 do Estado de São Paulo, promulgado em 8 de dezembro de 1920, em ser artigo 5, parágrafo 4, proibia o ensino de línguas estrangeiras a crianças menores de 10 anos nas escolas particulares. Nas escolas públicas, não se ensinavam línguas estrangeiras, exceto o Frances. A penalidade aos infratores era de multa a fechamento da escola.

O que motivou a criação desta lei foi, sem dúvida, a teimosia dos imigrantes em não se integrar à sociedade e à cultura brasileira. Existia conflito de  interesses, com o governo de  São Paulo desejando fixar definitivamente o imigrante no Estado; e o imigrante desejando retornar ao Japão com os filhos falando japonês, e não português.

Muitas escolas estaduais que margeavam a estrada de ferro Noroeste, não contavam com professores brasileiros, e por isso eram ministradas aulas em japonês, por professor japonês. Em 1928 a Secretaria de Educação do estado de São Paulo ordenou o fechamento de dezenas dessas escolas.

Turma de japoneses-1930-escola estadual (professora gaijin)
Uma escola de ensino regular (provavelmente escola estadual) em 1930. Note que a professora era “gaijin”  (brasileira)

Mesmo assim, aulas particulares de japonês continuavam a acontecer, em diversos nihongakkô (escola de japonês) no interior de São Paulo. Em algumas regiões, o ensino era feito na casa de algum imigrante funcionando de escola improvisada. O professor costumava, nestes casos, ser itinerante, dando aulas aqui e acolá. Muitas escolas estaduais que margeavam a estrada de ferro Noroeste, não contavam com professores brasileiros, e por isso eram ministradas aulas em japonês. Em 1928 a Secretaria de Educação do estado de São Paulo ordenou o fechamento de dezenas dessas escolas.
Escola de lingua japonesa em Suzano Sp - fonte japao100.com.br
Um nihongakko (escola de japones) em Suzano, sp. Sem data.

Em setembro de 1936, foi divulgado no jornal Folha da Manhã um balanço que mostrava os baixos níveis de conhecimento da língua portuguesa entre os estudantes japoneses do interior de São Paulo, logo após a inspeção feita pelo secretário de educação do estado em Bastos e outras regiões. Outros jornais criticaram o fato dos japoneses insistirem em não assimilar a língua portuguesa.

Folha da manha 01 outubro 1936 a

Folha da manha 01 outubro 1936
Recorte do Jornal Folha da Manha, de 01/10/1936

No entanto, a prática entre os imigrantes japoneses era que os filhos nascidos no Brasil (nisseis) aprendessem o idioma japonês em casa (mesmo por que, não dominando o português, não era possivel ensina-lo aos filhos); e que o português se aprendia mais tarde, no ensino regular. Por isso, muitos meninos nisseis entraram nas escolas sem conhecer bem o nosso idioma, principalmente aqueles que moravam na zona rural, isolados da língua portuguesa.

Não posso dizer nada sobre o imigrante italiano, por desconhecimento sobre o assunto, mas sem dúvida, estes tinham mais facilidades em aprender o português, pois o italiano é língua de origem latina, e por isso guarda alguma semelhança com o português.

Porem, em termos de ensino e uso da língua japonesa (e de outras línguas estrangeiras), o pior período foi durante a ditadura do governo Vargas.

Houve casos em que imigrantes mais abastados enviavam seus filhos ao Japão, a fim de lá estudarem em japonês. Eu mesmo tenho amigos felizardos que tiveram este privilégio.

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